Seguidores

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

NOSSAS ATITUDES TÊM UM PREÇO, SEM TETO.

SEM TETO

 ISSIS ANTUNES
 TORNEI-ME UMA SEM TETO 
QUANDO ACREDITEI NESSE AMOR, 
POR INGENUIDADE ,DEIXEI QUE DIRIGISSE O MEU DESTINO.
 TORNEI-ME UMA SEM TETO 
QUANDO FUI SUBMISSA, NÃO VIVI A MINHA VIDA,
 SÓ VIVI PRA VOCÊ E PARA OS FILHOS, ESQUECI DE MIM.
 TORNEI-ME UMA SEM TETO
 QUANDO DEIXEI QUE ME TIRASSE TUDO O QUE EU TINHA
 QUANDO CEGAMENTE OBEDECIA, 
TE ENTREGUEI A MINHA VIDA 
TORNEI-ME UMA SEM TETO
 QUANDO OBEDECIA SEM QUESTIONAR, 
 MESMO QUE ME DOESSE,
. ME AFASTEI DE TUDO E DE TODOS
 PORQUE VOCÊ QUERIA, 
OFUSCOU MEU BRILHO 
NÃO ME DEIXOU CRESCER PROFISSIONALMENTE 
NEM SER EU MESMA
 TORNEI-ME UMA SEM TETO
 QUANDO DEIXEI VOCÊ ROUBAR MINHA IDENTIDADE 
QUANDO POR VOCÊ FUI SUSTENTADA, 
 DE ADULTA PASSEI A CRIANÇA COM CASTIGOS E PUNIÇÕES
. VOCÊ VIROU MEU PAI, MEU PATRÃO, MEU JUIZ.... 
MENOS MEU AMOR, MEU AMANTE.
 HOJE PERCEBO, QUE UM CASAMENTO SEM DIÁLOGO, 
 QUANDO UM MANDA O OUTRO OBEDECE 
 NÃO PODERIA DURAR PARA SEMPRE 
HOJE NÃO TENHO NEM RESPEITO, NEM NADA. 
NÃO TENHO TETO 
NÃO TENHO NADA! 


NOSSAS ATITUDES TÊM UM PREÇO 

- Tais Luso de Carvalho
 Muitas crônicas nascem da observação do cotidiano mais trivial; nascem de papos por telefone, e-mails com amigas, caminhadas, notícias e de inúmeras observações sobre as reações do ser humano. Mas esta nasceu ontem, na saída da quitanda da minha quadra, com uma conhecida que mora perto de mim. Sim, todas temos aquelas vizinhas do quarteirão que encontramos na quitanda, na padaria... Na saída me puxou pelo braço para um trololó, aquela coisa trivial, que brota muitas vezes do nada. Mas desta vez nada brotou do nada; coitada, estava péssima, me contou de sua separação do marido... Qualquer separação é traumática, então me fiz toda ouvidos. E lá pelas tantas me disse: - Agora vou aproveitar a vida, tirar os atrasados - como se fôssemos íntimas. Pessoas feridas, na sua essência, não escolhem ouvintes, vão contando, desenrolando a língua. Todos nós precisamos limpar a alma quando estamos aos frangalhos. Situações assim nos mostram como somos frágeis e vulneráveis ante a dor mais profunda: a dor que não é física. É pior: é a dor que humilha, que massacra e que transforma pessoas em trapos. E nosso emocional grita por ajuda, nossa aparência física é o retrato de nossa alma. Deu pra notar que suas palavras eram nada mais do que mágoas, feridas abertas. Estava com péssimo humor, e tratei de deixar o papo correr, para garantir maior reserva, afinal, não é fácil aguentar alguns destemperos na frente de uma quitanda. Notei que ela estava de saco cheio, e puxou a primeira conhecida que avistou. Nunca fui premiada com nada! Mas pra tudo existe a primeira vez. Mas papo vem, papo vai, ouvi que agora iria aproveitar a vida! E perguntei a ela o que significa aproveitar a vida. Será que eu não estou aproveitando a minha?? - Ahhh... é viajar muito, dançar, sair bastante com amigos, jogar conversa fora, conhecer gente diferente, fazer o que se quer. Sei lá, fazer o que todos fazem. Humm... a coisa tá feia - pensei eu. Mas começamos a conversar sobre isso e confesso que eu estava um pouco perdida com tantos disparates: uma hora ela chorava, noutra ria e falava do 'ex', sem nenhuma trava. Isso seria caso pra psiquiatra, para uma ajuda terapêutica, não pra mim, apenas uma vizinha que não sabia da vida dela. Assuntos que envolvem nossas emoções, perdas, desilusões não são fáceis de aconselhar; o jeito é ouvir. E sou boa de escuta. Contudo, num dado momento eu estava ficando um pouco desnorteada com tantas trocas de humor, com tantas contradições. E sem espaço pra fazer um ponto de exclamação, de interrogação, não havia espaço para uma virgula! Nada. Era uma metralhadora disparando contra uma vida de frustração. Contou-me que passou a vida enrolada com filhos, com casa, marido, trabalho e esqueceu de viver. Mas como esqueceu de viver? A vida de todos os mortais é essa. A exceção é que está fora destes padrões. A gente nasce, cresce, estuda, casa, trabalha, cria os filhos, envelhece e se vai... E de vez em quando uns firififi, umas férias pra sair da rotina. Mas é isso. E tudo regado a alguns incômodos. Natural. Será que este aproveitar é se divertir até minguar; festar até o sol raiar? Só? Não dá pra ser um pouquinho feliz levando uma vida normal? Sei lá, é difícil entender o ser humano: estamos sempre em busca de mais; o desconhecido é supervalorizado. Então, pensando bem, cada um que aproveite como achar. O ser humano é, por natureza, insaciável. Esta pessoa estava de saco cheio porque se deu conta que mais deu do que recebeu. Estava magoada de tanto fazer e não ter tido o reconhecimento e o carinho que gostaria de ter. Os filhos cresceram, casaram e o ninho ficou vazio. E não aprendeu nada que a fizesse feliz, mais independente e menos carente à procura de afetos. As pessoas se anulam e depois se queixam. Passam a vida se preocupando com os outros; fazendo muito por todos e pouco por si. Óhhh, deixa que eu resolvo, sou a quebra-galho oficial! E resolvem tudo, desde o namorico da sobrinha até o velório do avô. Disse-lhe o que penso me referindo à sua busca por aprovação e reconhecimento. Isso é cansativo num convívio. Nos despedimos, mas notei que ela saiu séria e pensativa, menos estabanada. Se nosso papo serviu para alguma coisa, foi ótimo. Ouvi mais do que falei e tirei minhas conclusões: se não cuidarmos de nós, do nosso emocional e de nossas reações... Um dia a casa cai.

 http://taisluso.blogspot.com.br - ISSIS ANTUNES 

TENHAM UMA BOA TARDE!!