Seguidores

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

AS ESCOLHAS DA SUA VIDA,

AS ESCOLHAS DA SUA VIDA

ISSIS ANTUNES

TODOS SOMOS A SOMA DE NOSSAS ESCOLHAS E DE NOSSAS DECISÕES,
SOMOS O QUE ESCOLHEMOS, ISSO JÁ COMEÇA DESDE PEQUENOS E ASSIM VAI PELA VIDA, APRENDEMOS A LIÇÃO DA VIDA, DE CAIR, LEVANTAR E SEGUIR, DE COMEÇAR E RECOMEÇAR,APRENDER, DESAPRENDER, REAPRENDER,
ISSO É VIVER.
APRENDEMOS AO LONGO DA VIDA A FAZER UMA OPÇÃO QUER SEJA BOA OU RUIM E ASSIM VAMOS PELA VIDA TECENDO A NOSSA TEIA, QUE SE CHAMA NOSSA V IDA,
NOSSA EXISTÊNCIA.
SOMOS UMA COISA OU OUTRA, NÃO SE PODE TER TUDO,
NO AMOR TAMBÉM É ASSIM, POR ISSO TEMOS QUE ESCOLHER BEM, PARA NÃO SE ARREPENDER DEPOIS,
MAS COMO SABER O QUE É CERTO OU ERRADO?
QUANDO SE TRATA DA VIDA EM COMUM, DAS ESCOLHAS ERRADAS POIS O TRAJETO DA SEPARAÇÃO É DOLORIDO AO LONGO DO PERCURSO, MAS AS VEZES NÃO PODEMOS ESCOLHER E ACEITAMOS AS CONDIÇÕES JÁ PROPOSTAS, QUANDO NÃO PODEMOS SEGUIR ADIANTE , NEM RECUAR,
TAMPOUCO AVANÇAR.
QUANDO AS ESCOLHAS DEPENDEM DE OUTRAS PESSOAS E NÃO É SÓ NOSSA,
QUANDO PODEM PREJUDICAR OUTRAS PESSOAS, MUDAR O RUMO DE SUAS VIDAS, JÁ ENRAIZADAS, IMPOSSÍVEL OPTAR
EGOISTICAMENTE.
QUANDO SE FAZ AS ESCOLHAS ERRADAS E QUANDO SE PERCEBE É TARDE DEMAIS ,NÃO DÁ PARA DEMOLIR VIDAS,
NÃO DÁ, PARA COMEÇAR DO ZERO, OS LAÇOS NOS PRENDEM AQUI E ALI, QUANDO NÃO HÁ ESCOLHAS, O QUE FAZER?
QUANDO TUDO NA VIDA TEM UM PREÇO, ACONSELHO AQUELES QUE AINDA PODEM ESCOLHER QUE FAÇAM AS MELHORES ESCOLHAS, ENQUANTO TÊM, POIS PODE CHEGAR O DIA QUE VOCÊ NÃO AS TERÁ MAIS ESCOLHAS UM DIA AS OPÇÕES ACABAM, MAS ANTES REFLITA, SIGA A SUA INTUIÇÃO MAS COM UM POUCO DE RAZÃO E REFLEXÃO:
PENSE NO QUE SE TORNARÁ AMANHÃ?
É LÓGICO QUE VOCÊ TEM OPÇÕES DE REAVALIAR SUAS DECISÕES E MUDAR O SEU CAMINHO, TROCAR O ITINERÁRIO, QUE VOCÊ VAI ERRAR AO LONGO DA VIDA COM CERTEZA, TODOS ERRAMOS, MAS VOCÊ AINDA TEM TEMPO E ESCOLHAS PORTANTO FAÇA COM RESPONSABILIDADES E MATURIDADE,TUDO TEM CONSEQUÊNCIA,É FRUTO DE SUAS ESCOLHAS, SOMOS O QUE ESCOLHEMOS.
MAS LEMBRE-SE ,TUDO PODE DAR CERTO OU ERRADO, MAS O IMPORTANTE MESMO É QUE VOCÊ PODE FAZER AS SUAS ESCOLHAS E INVESTIU NESSA PESSOA QUE É VOCÊ, PORTANTO, VÁ A LUTA, ESCREVA A SUA HISTÓRIA,
AS ESCOLHAS SÃO SUAS.....



O PÁSSARO


CARLA DIAS

Há um pássaro que há dias mora na antena da minha televisão. Não sei que pássaro é, pois faltei às aulas que me formariam uma ótima taxonomista. Minha melhor amiga se desapontou com a minha inabilidade em reconhecer um pássaro, mas apenas para fugir da questão: também ela não sabe que pássaro é este que mora na antena da minha televisão.

A tristeza da minha amiga durou pouco, somente até ela perceber que sou uma colecionadora e tanto de pássaros de origami, além de mestra em desejar enveredar pelo aeromodelismo. Mas o que realmente me encanta é observar barquinhos de papel a navegarem na banheira.
Eles não afundam... Transformam-se. Misturam-se à água morna de um mar dos que sentem tremenda falta de sal, de sol, de céu. E que, cansado da brincadeira da menina, esgueira-se pelo ralo.

O pássaro parece até um dos bibelôs que enfeitam a minha estante. Imóvel, altivo e silencioso. Pouco canta o tal, respeitando o silêncio como poucos o fariam. Mas aqui embaixo, contemplando o telhado, olhos grudados no pássaro, inquieta-me essa discrição toda. Que pássaro não quer cantar seu canto, como se o show fosse somente dele, e mostrar as suas asas em voos ora delicados, ora ousados?

Minha amiga se senta ao meu lado, mordiscando um pedaço de pão de ontem. Isso é uma coisa dela. Adora pão amanhecido, como quem adora o fato de ter acordado, ao invés de ter se perdido na profundidade da noite. Há um quê existencial na relação dela com o pão que já perdeu o seu frescor, assim como um medo não revelado da morte. Eu já a alertei: quer comer pão amanhecido, tudo bem, porque gosto se discute sim, porque é saudável e nos ajuda a compreender e a respeitar o gosto do outro. Porém, dia desses - e eu digo isso a ela com a severidade de uma amiga de infância que nunca deixa de falar bem do perfume do pão que acabou de sair do forno -, ela terá de experimentar do novo, do fresco, do inédito. Porque a vida é assim, minha amiga. Não sou eu bancando a filósofa de botequim, tampouco tentando reconstruir a identidade dela ou apaziguar os seus desfechos. A vida é frente e verso e avessos e antigo e novo e tantas coisas e sentimentos diferentes.

Enquanto observamos o pássaro, tão silente e estático quanto agora há pouco, ela rasga o pão e me dá um pedaço, que eu mastigo lentamente, enquanto teço teorias sobre o pássaro que mora na antena da minha televisão.

Dentro de casa, o ator da novela se engasga e minha mãe não entende o que ele diz. Ela grita para que escutemos: culpa do pássaro que mora na antena sem pagar aluguel. Permitimo-nos permanecer alheias à braveza de minha mãe por causa da interferência na imagem da televisão. Talvez não tenha nada a ver com o pássaro que, eu juro, não mexeu uma pena, enquanto o ator se engasgava. Vai ver ele é um ator que se engasga nas falas mais complexas. Além do mais, interferência é o tipo de coisa que sofremos o tempo todo, e de tantas formas...

Minha amiga diz, sem tirar os olhos do pássaro ou o pedaço de pão da boca, deseducada, mas de um jeito ingênuo. Ela diz que sofreu interferência da revista que sua irmã mais velha adora ler, e diz que é a melhor para as mulheres deste mundo. Eu sorrio, porque sei que revista é essa, e de jeito nenhum ela tem distribuição mundial, portanto não há como ser melhor para as mulheres do mundo inteiro, já que elas nem sabem da existência da tal. E pergunto que interferência foi essa, e minha amiga engole o pão: de acordo com o teste que eu fiz, da revista, como mulher adulta, descolada e propensa à felicidade, preciso perder 10 quilos, urgentemente, renovar o guarda-roupa, frequentar salões de beleza da zona oeste e programar um lifting facial para daqui um ano, para me tornar, também, completa.

E caímos numa gargalhada que assusta o pássaro, que mexe a cabeça em busca da origem de tanto barulho, e minha mãe grita para ficarmos quietas. Abafamos as gargalhadas, mãos na boca, e eu me curvo para me aproximar um pouco mais da minha amiga e cochichar: se perder mais um quilo você vai sumir...

E caímos na gargalhada histérica novamente.

Minha amiga confessa, um pouco envergonhada, que deve ser bom ser completa, ao que dou de ombros, pregando que não somos carros para sermos equipados com todos os acessórios disponíveis para que outra pessoa desfrute dele. Somos sim pessoas, sintonizadas na frequência das mudanças que nos cabem, de acordo com o que cada um de nós experimenta.

O pássaro que mora na antena da minha televisão me inquieta. Não conta segredos, não promove performances de rock’n’roll. Com certeza não lê revistas que diz às mulheres, que sequer se tornaram mulheres ainda, que elas não são boas o suficiente para se sentirem completas, nem que seja até a próxima falta. Muitas delas passarão a vida tentando se transformar em um alguém que jamais serão.

A noite chega e minha amiga vai para a casa dela e eu para o meu quarto. Adormeço embalada em pensamentos sobre pássaros mudos e de asas quebradas, novelas engasgadas, mães esbaforidas, pão de ontem, amiga incompleta, revistas idiotas. E quando amanheço, sinto um vazio e saio correndo para fora de casa.

O pássaro que mora na antena da minha televisão continua lá, mas tenho certeza de que me olha nos olhos desta vez. E então ele começa a cantar uma bela canção que, tenho certeza, desbancaria muitas bandas com músicas no top list. E quando balança as asas, dou-me conta... O pássaro que mora na antena da minha televisão está de mudança. E ele parte, num voo suntuoso, destemido.

E enquanto a vida vai voltando à rotina, percebo que interferência do pássaro em mim, ela que rearranjou meus sentimentos. E enquanto a vida segue, eu me detenho neste pensamento: houve o dia em que o pássaro que morava na antena da minha televisão ganhou o mundo, como pretendo fazer daqui a alguns pães frescos.

carladias.com
Fonte: Crônica do Dia 


ISSIS ANTUNES



TENHAM UMA BOA NOITE!