Seguidores

terça-feira, 17 de maio de 2011

EU FINJO,AMOR O ETERNO APRENDIZADO.


EU FINJO!
ISSIS ANTUNES

EU FINJO!
INVENTO UM MUNDO LINDO!
PORQUE ESTE, ESTÁ IRRESPIRÁVEL EM TODOS OS SENTIDOS.
EU FINJO!
PARA SOBREVIVER,MAS É DIFÍCIL NÃO ENXERGAR ESSE MUNDO DO MAL,
TANTAS MALDADES ,TANTOS DESAMORES,TANTAS PESSOAS SE DROGANDO
SE SUICIDANDO, TENTANDO AMENIZAR SUAS DORES,
OU POR UM POUCO DE PRAZER MESMO QUE O PREÇO SEJA CARO,
FINJO!
PARA NÃO VER TANTOS HORRORES PRATICADOS, TANTOS BENS VIOLENTADOS..
EU FINJO!
QUE TUDO ESTÁ BEM,
FINJO DEMAIS!
PARA NÃO MORRER DE TRISTEZA,
AQUI PODERIA SER UM MUNDO DE AMOR,
MAS AGORA É MUNDO DE TERROR..
EU SOU TÃO SOLITÁRIA E NINGUÉM PODE ME ENTENDER
NEM EU MESMA NEM VOCÊ..
SONHO SOZINHA , POIS SOU UMA SÓ OU TALVEZ MUITAS
QUE SONHAM COM UM MUNDO DE AMOR,DE IGUALDADE,
SEM VIOLÊNCIAS, SEM MALDADES .
MESMO EM MULTIDÕES, ESTOU SOLITÁRIA.
VIVO A DERIVA, NUM MUNDO SÓ MEU,NÃO NUMA REDOMA,
NEM SOU EGOÍSTA,MAS PELO MENOS, MEU MUNDO É LINDO!
FAÇO O MEU CANTINHO,
NÃO DIGO PERFEITO , MAS É MELHOR QUE ESTE,, PARA MIM.
EU FINJO!
PARA NÃO MORRER DE TRISTEZA AO VER O NOTICIÁRIO DO DIA,
IRMÃO MATANDO IRMÃO,
MÃES SEM CORAÇÃO, MATANDO FILHOS,
JOGANDO NO LIXO,QUANDO PODERIAM DOAR
QUEM NÃO TEM, IRIA AMAR DE TODO CORAÇÃO
E OUTROS PUNINDO SEM CORAÇÃO
PORQUE OUTRO IRMÃO É DIFERENTE NA COR,
NA SUA PREFERÊNCIA SEXUAL,
QUANDO O DIREITO DA ESCOLHA DELE É LIVRE.,
OUTROS MATANDO AGREDINDO,
PORQUE SEU TIME PERDEU,
OUTROS MATANDO ANIMAIS QUE NADA FIZERAM DE MAL,
OUTROS QUE MUITOS TEM
E NADA DÃO, PESSOAS SEM CORAÇÃO
E O AMOR DE VERDADE??
AQUELE PREGADO POR AQUELE QUE TUDO FEZ POR NÓS FICOU ESQUECIDO???
ABANDONADO?????
NÃO DÁ PARA FINGIR O TEMPO TODO,
MAS ESTÁ DIFÍCIL DE ENXERGAR ESTE MUNDO
NEGRO E CRUEL.




AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA. AMOR-O INTERMINÁVEL APRENDIZADO.
Criança, ele pensava: amor, coisa que os adultos sabem. Via-os aos pares namorando nos portões enluarados se entrebuscando numa aflição feliz de mãos na folhagem das anáguas. Via-os noivos se comprometendo à luz da sala ante a família, ante as mobílias; via-os casados, um ancorado no corpo do outro, e pensava: amor, coisa-para-depois, um depois-adulto-aprendizado. Se enganava. Se enganava porque o aprendizado de amor não tem começo nem é privilégio aos adultos reservado. Sim, o amor é um interminável aprendizado. Por isto se enganava enquanto olhava com os colegas, de dentro dos arbustos do jardim, os casais que nos portões se amavam. Sim, se pesquisavam numa prospecção de veios e grutas, num desdobramento de noturnos mapas seguindo o astrolábio dos luares, mas nem por isto se encontravam. E quando algum amante desaparecia ou se afastava, não era porque estava saciado. Isto aprenderia depois. É que fora buscar outro amor, a busca recomeçara, pois a fome de amor não sabia nunca, como ali já não se saciara. De fato, reparando nos vizinhos, podia observar. Mesmo os casados, atrás da aparente tranqüilidade, continuavam inquietos. Alguns eram mais indiscretos. A vizinha casada deu para namorar. Aquele que era um crente fiel, sempre na igreja, um dia jogou tudo para cima e amigou-se com uma jovem. E a mulher que morava em frente da farmácia, tão doméstica e feliz, de repente fugiu com um boêmio, largando marido e filhos. Então, constatou, de novo se enganara. Os adultos, mesmo os casados, embora pareçam um porto onde as naus já atracaram, os adultos, mesmo os casados, que parecem arbustos cujas raízes já se entrançaram, eles também não sabem, estão no meio da viagem, e só eles sabem quantas tempestades enfrentaram e quantas vezes naufragaram. Depois de folhear um, dez, centenas de corpos avulsos tentando o amor verbalizar, entrou numa biblioteca. Ali estavam as grandes paixões. Os poetas e novelistas deveriam saber das coisas. Julietas se debruçavam apunhaladas sobre o corpo morto dos Romeus, Tristãos e Isoldas tomavam o filtro do amor e ficavam condenados à traição daqueles que mais amavam e sem poderem realizar o amor. O amor se procurava. E se encontrando, desesperava, se afastava, desencontrava. Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão. O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina. Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal. O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final. Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não. Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não. Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não. E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não. Absurdo. Como pode o amor não coincidir consigo mesmo? Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente. Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente. Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado. Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado. O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado. Optou por aceitar a sua ignorância. Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado. E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.



TENHAM UM LINDO DIA!