Seguidores

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sequestro da subjetividade


Sequestro da subjetividade
Quando roubam nossa vida no dia a dia, um pouco disto , um pouco daquilo, quando param os para pensar, percebemos que perdemos tudo!!!

Nós estamos acostumados o tempo todo com o seqüestro do corpo, que é a construção de um cativeiro onde uma pessoa é retirada dos seus significados, da sua vida e trancafiada. O seqüestro da subjetividade é um roubo que extrapola a materialidade. É alguma coisa que nos é roubada, colocada em cativeiro, mesmo que a gente continue com a nossa vida do mesmo jeito: que a gente continue indo para a escola, para o colégio, para a faculdade. A subjetividade diz respeito a tudo aquilo que é próprio do sujeito, é aquilo que ele experimenta sendo ele mesmo. E o sequestro da subjetividade acontece quando alguém impede que o outro seja ele mesmo, às vezes, de forma autorizada pela própria vítima. Mas quando a gente percebe que se trata de afeto, a nossa capacidade de decidir sobre os afetos está limitada. O sequestro da subjetividade se caracteriza como uma forma de perder a pertença. Alguém me roubou de mim. Alguém me retirou a capacidade de decidir sobre a minha vida.

O conceito do sequestro da subjetividade existe há muito tempo. Ele nasceu com a Revolução Industrial e foi aplicado pela primeira vez dentro de um contexto de relações trabalhistas com a produção em série. Naquele regime de trabalho quase escravo, o sequestro da subjetividade acontecia muito, porque os patrões eram praticamente proprietários da vida dos seus funcionários. Às vezes, os turnos de trabalho duravam 12 horas e a pessoa acabava perdendo um pouco o foco da vida e vivendo em função do trabalho. Hoje, as relações afetivas são muito assim também. As pessoas perdem o foco da própria vida e vivem em função do outro. O que é absolutamente destrutivo para a própria relação. Uma relação é mais qualificada na medida em que as pessoas são donas de si mesmas. Quando vamos nos relacionar com alguém precisamos ser proprietários do que somos porque senão colocamos em risco a nossa subjetividade e, naturalmente, colocamos em risco a subjetividade do outro também.

Leia mais sobre o tema:

No livro de Martin Buber: Eu e Tu.

Estou sempre lendo e recomendo.
Recomendo este também um dos melhores





TENHAM UMA BOA TARDE!