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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

COMO VOCÊ PINTARIA O RETRATO DE UM PASSARO?O que perdemos pelo caminho…


COMO VOCÊ PINTARIA O RETRATO DE UM PÁSSARO?

ISSIS ANTUNES

PARA PINTAR UM LINDO PÁSSARO ENGAIOLADO
VOCÊ PRECISA PRIMEIRAMENTE DAS CORES,
MAIS LINDAS QUE TIVER,
SERÁ QUE VOCÊ PINTARIA
A GAIOLA DE PORTA ABERTA, OU FECHADA?
DEPENDE DA FORMA QUE VOCÊ QUEIRA PINTAR SEU PÁSSARO.
PINTARIA DEPOIS ALGO
MUITO LINDO,
SIMPLES
E
BELO
QUEM SABE ATÉ ÚTIL,PARA O PÁSSARO,
QUEM SABE DEPOIS PENDURASSE A TELA
NUMA ÁRVORE PARA OUTRA AVE VER,
O MAIS LINDO DE VOCÊ
NUM LINDO JARDIM
OU BOSQUE,
OU QUEM SABE EM
UMA FLORESTA.
QUEM SABE POSSA MUDAR O RUMO DESSA HISTÓRIA?
PINTAR NOSSO PÁSSARO DA FORMA MAIS LINDA,
FEITO A PROSA E O VERSO,
TALVEZ VOCÊ DÊ O SEU REVERSO,
QUE TEMOS NA MEMÓRIA?
ELE NA FLORESTA NO MEIO DAS ARVORES
ALTIVO FELIZ,
CANTANDO
OU
VOANDO
NO LINDO CÉU AZUL EM LIBERDADE COM O DEVERIA SER,
CAPTAR O MAIS LINDO DESSE SER A LIBERDADE!




O que perdemos pelo caminho…

Felipe Quartero



Muitos de nós passamos pelos anos, meses, amigos, amores e dores inconscientes da mudança que neles causamos. E vamos passando… E vamos deixando rastros das coisas que perdemos pelo caminho da nossa vida.

E tudo pode ser desfeito num instante. Mas, no momento seguinte, cá estamos nós juntando trapos, fazendo remendos e reconstruindo aquilo que antes excluímos de nossas vidas. Ou não. Apenas juntamos tudo isso num cantinho, pegamos uma lembrança aqui, uma memória ali, e seguimos por uma trilha totalmente nova, perigosa e tentadora.

Mas, perceba você que, de uma forma ou de outra, aquilo que fomos e vivemos sempre fará parte do que ainda seremos. Olhe bem no fundo dos olhos de um senhor de 70 anos e ainda verá aquela magia de criança, somada à sagacidade adolescente, multiplicada pelo crescimento adulto e dividida pela experiência dos anos aparentes em rugas e cabelos grisalhos.

Interrompido-se um sonho, abre-se as portas para um novo. Afinal, como disse o filme que assisti ainda ontem (Coisas que Perdemos Pelo Caminho – Things We Lost in the Fire), toda história tem um fim, mas todo final é o primeiro passo para um novo recomeço.
ISSIS ANTUNES


TENHAM UMA BOA NOITE!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ESTOU CANSADA,a conspiração das palavras (uma crónica sobre cansaço).

ESTOU CANSADA!

ISSIS ANTUNES
ESTOU CANSADA
DA VIDA QUE ESCOLHI,
ESTOU CANSADA
DO IR E VIR
 DAS MESMICES,
DESSA VIDA AGITADA,
DESSE MARASMO,
DESSA VIDA MONÓTONA
ONDE NADA ACONTECE,
A NÃO SER VOCÊ
QUE VAI  E VOLTA
SEM NADA A FAZER
 COMIGO SE IMPORTA.
ESTOU CANSADA
 DE  NUNCA PODER  SER EU MESMA
ESTOU CANSADA
DA MESMA FACHADA,
DAS MESMAS MÁSCARAS
DE VIVER ACORRENTADA
ESTOU CANSADA
DESSA VIDA PARADA
ESTOU CANSADA
DA VIDA, DE MIM MESMA,
ESTOU CANSADA
DAS PALAVRAS REPETI TIVAS,
DAS MESMAS BRIGAS,
DOS MESMOS MOTIVOS BANAIS
ESTOU CANSADA
DE LUTAR POR NADA
 DE ESPERAR POR DIAS MELHORES
QUE NÃO VIRÃO,
ESTOU CANSADA DE FAZER PLANOS
DE SONHAR ACORDADA
ESTOU CANSADA
 DE ESPERAR ESSA TAL FELICIDADE
QUE NUNCA VIRÁ,
ESTOU CANSADA DE ESPERAR POR VOCÊ.



a conspiração das palavras (uma crónica sobre cansaço)]

Penso que os seres humanos poderiam aninhar-se no chão e ficar ali, junto uns dos outros, sem dizer absolutamente nada, como fazem os cães. Ou rebolar em cestos a breves resfolegares do mais completo silêncio como os gatos; balbuciar bolhas de ar, apenas aqui e ali, como os peixes de aquário; dizer tudo de uma só vez, numa sílaba prolongada, como fazem, suponho, os lobos quando uivam ao cair da noite. Já para não falar das pedras, das árvores, das batatas, das maçãs, de uma hera, de águas paradas. De manhã, o mundo é um coro de pequenos sons agigantados pelo silêncio. Mas, depois, chegamos nós. E começamos a tagarelar.

Por que sentem as pessoas tamanha necessidade de falar? Nas salas de espera, nas paragens de autocarro, nas filas dos correios, nas mesas dos casamentos onde sentaram, lado a lado, desconhecidos.

Há muito quem aprecie a nostalgia dum pretenso passado


 no campo em que todos se falam. Imagine o horror.



Quantas vezes não lhe apetece estar apenas quieto


, sossegado, acordado, mas a existir o menos possível


, somente a olhar, a ouvir ou nem isso, a ocupar-se em não


 estar ali?



Pessoalmente, estou disposto a pagar a uma daquelas empresas organizadoras de experiências por uns dias disto. Dispenso o rafting, a escalada e a viagem ao Espaço. Garantam-me quarenta e oito horas de silêncio e eu passo o cheque.

Toda a gente quer conversa. O senhor do quiosque, o motorista do táxi, a dona do café, os colegas de trabalho. A pessoa começa a sonhar almoçar sozinha e convidam-na para um repasto que ponha em dia – digam todos – a conversa. Volta-se ao posto e a saga prossegue, acrescida aos telefonemas, e-mails e, no caso do blogger, aos comentários, em torrentes caóticas de ruído de gente a querer – como é que é, Lisboa? Quero ouvir – conversa. A pessoa que é pessoa sai, decide ir a pé para que ninguém a acompanhe e, ao fim de dois passos, pára alguém que oferece boleia.

 E, depois, vem o jantar, o cônjuge (a palavra menos excitante desde… hã… bedum) que quer contar o seu dia e saber como foi o nosso, a televisão a matraquear, o desafio telefónico para um copo, a progenitura que quer notícias, a criançada que não vai dormir. Num dia de menos sorte, virão ainda os tipos da tv cabo a impingir o funtastic live, o rapaz do destak e o do global notícias, o vendedor de enciclopédias, o das flores e tiaras luminosas, as testemunhas de Jeová, a assistência técnica da Lisboagás a avaliar os níveis de satisfação do cliente, a promoção das Pousadas de Portugal, o cobrador de quotas do Benfica, a namorada que deixámos em 1993 que quer dar a notícia de que está grávida e ainda não se sente completamente certa de estarmos isentos de responsabilidades, até a chamada por engano. Toda esta gente quer uma única coisa – agora só vocês: conversa.

Milhões de pessoas em todo o mundo instalam softwares


 gratuitos de conversação; eu ofereço-me para pagar uma


 fortuna por um que silencie quem se atreva a aparecer


 na rede.

Temos ao nosso dispor, entre as opções de fabrico, olhares, gestos, toques, rugas, ombros, mãos, abraços


, et cetera e tal. O Criador ofereceu-nos a comunicação verbal e a não-verbal. Não temos que optar


 exclusivamente por uma. Isso é com o sexo. E mesmo assim.




publicado por Alexandre Borges 
sinusitecronica.blogs.sapo
ISSIS  ANTUNES



TENHAM UMA BOA NOITE!!