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domingo, 29 de maio de 2011

.MESMICE,AO SENTIR O AFLORAMENTO DA ANGUSTIA.



MESMICE!
ISSIS ANTUNES
O SOL JÁ PRONUNCIA A NOITE
E NADA MUDA,
NADA MUDOU,
E PARECE QUE NÃO MUDARÁ
NEM AQUI, NEM ACOLÁ,
ISSO É DE AMARGAR MEUS DIAS
QUE SE CONSOMEM , NESSE MARASMO,
NESSA MESMICE DA VIDA
QUE VOCÊ QUER QUE EU VIVA
SEM PONTO DE IDA OU PARTIDA,
SÓ DE DESPEDIDA,
DO QUE EU TIVE, OU NADA TIVE,
OU SERÁ QUE TEREI?
OS MESMOS CONCEITOS,
AS MESMAS FALAS,
AS MESMAS OPINIÕES,
AS MESMAS RAZÕES,
AS MESMAS PALAVRAS RASGANDO O CORAÇÃO
EU NADO DE PEITO NESSAS ÁGUAS ESCURAS,
E PROFUNDAS AFOGANDO AS MINHAS AMARGURAS,
TENTANDO NÃO ME AFOGAR NESSA SUA ÁGUA ESCURA,
NAS MINHAS MÁGOAS EU REITERO MEUS CONCEITOS,
MAS NÃO VENÇO OS PRECEITOS, OS PRECONCEITOS
E MINHA OPINIÃO, NÃO SE FAZ VALER,
NESSE MARASMO PREFIRO MORRER,
NÃO É ASSIM QUE QUERO VIVER,
ISOLADA NUM MUNDO, QUE NÃO PARTICIPO,
SOU SÓ UM TIPO, UMA SOMBRA, UM OBJETO.
MEUS OLHOS NÃO SE ACOSTUMAM COM AS MESMICES,
COM O TEMPO CORRENDO E ESSA GENTE NEM PERCEBENDO
O QUE ESTÃO PERDENDO E NESSE TRISTE FADO,
NÃO QUERO CONTRADIZER, APENAS QUERO VIVER.


ANTÔNIO CARLOS DE FARIA. Ao sentir o afloramento da angústia, a Glorinha não tem dúvidas. Vai sempre ao shopping, onde compra um acessório, algo extremamente essencial, com o poder de tornar sua vida menos faltosa. Daquele tipo que logo depois é apenas mais um item supérfluo dentro de casa. O Leopoldo, quando fica angustiado, procura encontrar a cara metade. Já a encontrou algumas vezes, tanto que em alguns casos paga pensão decidida em Justiça, comprovando o quanto a tal metade era cara. Hoje, procura opções mais baratas, mas continua pagando. Quando o Joselito se angustia, toma um porre. Para ele, não cola essa história de que copo vazio está cheio de ar. Copo vazio deixa o Joselito angustiado. Afinal, não vê graça em apenas respirar. O Godofredo é zen, ou pelo menos está se esforçando para ser. Quem sabe assim arranja um jeito de neutralizar a maldita angústia que o consome. Ele aprendeu técnicas de meditação e relaxamento. Sua esperança é encontrar um mestre iluminado que lhe revele o sentido da dor. Por enquanto só encontrou paliativos, mas ele não desiste. A Luísa já passou dessa fase. Ela não busca mais o mestre. Já o encontrou e toda semana vai reverenciá-lo em um culto que a deixa em êxtase. A sensação dura algumas horas. Quando a angústia volta, ela começa a falar silenciosamente com o mestre. Conversa bastante, para ver se a maldita passa. O Júlio arranjou um jeito de lucrar com a angústia. Quando ela bate, ele pinta um quadro. Quanto maior for a bendita, mais prazer ele destila com os pincéis e as tintas. A energia flui dos cantos mais escuros para a claridade da tela. É certo que ele ainda não vendeu nenhum quadro. Seu lucro não é monetário. Por enquanto é um ganho pessoal, intransferível. Uma sensação de gozo que perdura na obra artística. Ele já tentou explicar seu método de relação com a angústia para os amigos. Logo percebeu que esse não é um conhecimento que se possa dividir, mesmo com quem se goste. Melhor do que falar, é mostrar seus quadros. Alguns amigos não entendem o que Julio pinta. Eles ficam angustiados vendo seus quadros. O pintor se angustia quando os amigos ficam assim. Aí ele pinta outras telas. De uns tempos para cá, o Júlio também resolveu escrever crônicas, algumas vezes poesia. Um crítico, que não entendeu nada, disse que o texto do Júlio era hermético como uma pintura abstrata. O pintor-cronista-poeta ficou maravilhado.




TENHAM UMA BOA NOITE!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O ESPELHO, PARA SE ROUBAR UM CORAÇÃO...,LUIZ FERNANDO VERRÍSSIMO


O ESPELHO!
ISSIS ANTUNES
OLHO DIANTE DO ESPELHO E NADA VEJO,ALEM DO QUE JÁ VI.
LUTEI, TRAVEI BATALHAS, CHOREI, CAÍ, LEVANTEI E SOBREVIVI,
LUTEI TANTO ,PARA CHEGAR A LUGAR NENHUM,
LUTEI POR NADA, EMPUNHEI MINHA ESPADA, NUMA LUTA DESIGUAL, CRUEL E DESUMANA.
ACREDITEI EM COISAS IMPOSSÍVEIS,
QUE PODERIA MUDAR O MUNDO,
ACREDITEI QUE PODERIA MOVER MONTANHAS,NÃO IMPORTAVA COM TAMANHO,
EU TINHA FÉ DE SUPERAR O IMPOSSÍVEL ,SER EU MESMA A HEROÍNA,
MAS A VIDA TUDO DESANIMA, TUDO QUE É BOM CONTAMINA,
MATA TUDO O QUE É LINDO, NEM MESMO A MAIS PURA DAS ALMAS SOBREVIVERIA AO CAOS DA MINHA EXISTÊNCIA.
EMERGI NAS PROFUNDEZAS E SUCUMBI A REALIDADE TERRENA,
LUTEI, GRITEI, TENTEI ME LEVANTAR,MAS NINGUÉM OUVIU,NINGUÉM SE IMPORTOU
HÁ MUNDO CRUEL, MUNDO SURDO,
CORRIA TANTO QUE NÃO PAROU PARA ME AJUDAR.
QUIS FUGIR DAQUI TANTAS VEZES,
DAQUI, MAS NÃO SABIA PARA ONDE, E DEPOIS ACORDEI CAÍDA DIANTE DESTE ESPELHO SEM REFLEXO,
NÃO SABENDO ONDE COMEÇAR
E TAL QUAL A CRIANÇA EU AINDA
NÃO PERDI O QUE DE BOM TENHO EM MIM
EU AINDA POSSO SONHAR.





"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você."

Luís Fernando Veríssimo
TENHAM UMA BOA TARDE!

terça-feira, 17 de maio de 2011

EU FINJO,AMOR O ETERNO APRENDIZADO.


EU FINJO!
ISSIS ANTUNES

EU FINJO!
INVENTO UM MUNDO LINDO!
PORQUE ESTE, ESTÁ IRRESPIRÁVEL EM TODOS OS SENTIDOS.
EU FINJO!
PARA SOBREVIVER,MAS É DIFÍCIL NÃO ENXERGAR ESSE MUNDO DO MAL,
TANTAS MALDADES ,TANTOS DESAMORES,TANTAS PESSOAS SE DROGANDO
SE SUICIDANDO, TENTANDO AMENIZAR SUAS DORES,
OU POR UM POUCO DE PRAZER MESMO QUE O PREÇO SEJA CARO,
FINJO!
PARA NÃO VER TANTOS HORRORES PRATICADOS, TANTOS BENS VIOLENTADOS..
EU FINJO!
QUE TUDO ESTÁ BEM,
FINJO DEMAIS!
PARA NÃO MORRER DE TRISTEZA,
AQUI PODERIA SER UM MUNDO DE AMOR,
MAS AGORA É MUNDO DE TERROR..
EU SOU TÃO SOLITÁRIA E NINGUÉM PODE ME ENTENDER
NEM EU MESMA NEM VOCÊ..
SONHO SOZINHA , POIS SOU UMA SÓ OU TALVEZ MUITAS
QUE SONHAM COM UM MUNDO DE AMOR,DE IGUALDADE,
SEM VIOLÊNCIAS, SEM MALDADES .
MESMO EM MULTIDÕES, ESTOU SOLITÁRIA.
VIVO A DERIVA, NUM MUNDO SÓ MEU,NÃO NUMA REDOMA,
NEM SOU EGOÍSTA,MAS PELO MENOS, MEU MUNDO É LINDO!
FAÇO O MEU CANTINHO,
NÃO DIGO PERFEITO , MAS É MELHOR QUE ESTE,, PARA MIM.
EU FINJO!
PARA NÃO MORRER DE TRISTEZA AO VER O NOTICIÁRIO DO DIA,
IRMÃO MATANDO IRMÃO,
MÃES SEM CORAÇÃO, MATANDO FILHOS,
JOGANDO NO LIXO,QUANDO PODERIAM DOAR
QUEM NÃO TEM, IRIA AMAR DE TODO CORAÇÃO
E OUTROS PUNINDO SEM CORAÇÃO
PORQUE OUTRO IRMÃO É DIFERENTE NA COR,
NA SUA PREFERÊNCIA SEXUAL,
QUANDO O DIREITO DA ESCOLHA DELE É LIVRE.,
OUTROS MATANDO AGREDINDO,
PORQUE SEU TIME PERDEU,
OUTROS MATANDO ANIMAIS QUE NADA FIZERAM DE MAL,
OUTROS QUE MUITOS TEM
E NADA DÃO, PESSOAS SEM CORAÇÃO
E O AMOR DE VERDADE??
AQUELE PREGADO POR AQUELE QUE TUDO FEZ POR NÓS FICOU ESQUECIDO???
ABANDONADO?????
NÃO DÁ PARA FINGIR O TEMPO TODO,
MAS ESTÁ DIFÍCIL DE ENXERGAR ESTE MUNDO
NEGRO E CRUEL.




AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA. AMOR-O INTERMINÁVEL APRENDIZADO.
Criança, ele pensava: amor, coisa que os adultos sabem. Via-os aos pares namorando nos portões enluarados se entrebuscando numa aflição feliz de mãos na folhagem das anáguas. Via-os noivos se comprometendo à luz da sala ante a família, ante as mobílias; via-os casados, um ancorado no corpo do outro, e pensava: amor, coisa-para-depois, um depois-adulto-aprendizado. Se enganava. Se enganava porque o aprendizado de amor não tem começo nem é privilégio aos adultos reservado. Sim, o amor é um interminável aprendizado. Por isto se enganava enquanto olhava com os colegas, de dentro dos arbustos do jardim, os casais que nos portões se amavam. Sim, se pesquisavam numa prospecção de veios e grutas, num desdobramento de noturnos mapas seguindo o astrolábio dos luares, mas nem por isto se encontravam. E quando algum amante desaparecia ou se afastava, não era porque estava saciado. Isto aprenderia depois. É que fora buscar outro amor, a busca recomeçara, pois a fome de amor não sabia nunca, como ali já não se saciara. De fato, reparando nos vizinhos, podia observar. Mesmo os casados, atrás da aparente tranqüilidade, continuavam inquietos. Alguns eram mais indiscretos. A vizinha casada deu para namorar. Aquele que era um crente fiel, sempre na igreja, um dia jogou tudo para cima e amigou-se com uma jovem. E a mulher que morava em frente da farmácia, tão doméstica e feliz, de repente fugiu com um boêmio, largando marido e filhos. Então, constatou, de novo se enganara. Os adultos, mesmo os casados, embora pareçam um porto onde as naus já atracaram, os adultos, mesmo os casados, que parecem arbustos cujas raízes já se entrançaram, eles também não sabem, estão no meio da viagem, e só eles sabem quantas tempestades enfrentaram e quantas vezes naufragaram. Depois de folhear um, dez, centenas de corpos avulsos tentando o amor verbalizar, entrou numa biblioteca. Ali estavam as grandes paixões. Os poetas e novelistas deveriam saber das coisas. Julietas se debruçavam apunhaladas sobre o corpo morto dos Romeus, Tristãos e Isoldas tomavam o filtro do amor e ficavam condenados à traição daqueles que mais amavam e sem poderem realizar o amor. O amor se procurava. E se encontrando, desesperava, se afastava, desencontrava. Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão. O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina. Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal. O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final. Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não. Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não. Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não. E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não. Absurdo. Como pode o amor não coincidir consigo mesmo? Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente. Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente. Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado. Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado. O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado. Optou por aceitar a sua ignorância. Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado. E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.



TENHAM UM LINDO DIA!

sábado, 7 de maio de 2011

EU QUERO A MINHA MÃE DE VOLTA!!!!


EU QUERO A MINHA MÃE!
ISSIS ANTUNES
HÁ MINHA MÃE! Q EU SAUDADES!
QUE FALTA ME FAZ,
VOCE SE FOI E NÃO VOLTARÁ MAIS,
QUE SAUDADE ME DÁ.
FALTA UM PEDAÇO DE MIM,
COMO É TRISTE ME SENTIR ASSIM
ORFÃ E SOLITÁRIA, VOCE DEIXOU
UM VAZIO NO MEU CORAÇÃO
ME DEIXOU TRISTE E SEM AÇÃO.
AINDA NÃO SUPEREI A SEPARAÇÃO.
TINHA TANTA COISA PRA TE FALAR,
NÃO DEU TEMPO PRA TE CONTAR
QUE NUNCA DEIXEI DE TE AMAR,
HÁ QUANTA FALTA ME FAZ,
QUERIA O TEMPO VOLTAR ATRÁS E TE AMAR
MUITO COMO VOCÊ MERECE.
ME PERDÕE AS FALHAS, AS VEZES QUE FUI MAL EDUCADA,
NÃO FAZIA IDEIA DA VIDA, DO MUNDO, DA REALIDADE,
MAS DE TUDO UMA COISA É VERDADE
O MEU AMOR POR VOCÊ INCONDICIONAL
DURARÁ PARA SEMPRE ETERNAMENTE,
QUALQUER DIA É O SEU DIA,
EU DIRIA TODOS, AINDA É POUCO ,
NÃO POSSO TE COMPRAR
UM PRESENTE COMO TODO MUNDO FAZ,
NÃO POSSO TE BEIJAR, MEU DOMINGO SERÁ TRISTE,
SEM VOCE AQUI, MAS O IMPORTANTE MESMO
É QUE EU NUNCA TE ESQUECI,
TE CONSERVO AQUI, DENTRO DE MIM,
AONDE QUER QUE ESTEJA,
QUE O MEU AMOR CHEGUE ATÉ VOCÊ.
TE AMO MUITO MAMÃE!



Eu quero minha mãe
Certa noite eu quis falar com Jesus, mas Ele me disse:
- Agora estou muito ocupado.
- É urgente!, eu disse, trata-se de minha mãe!
- Calma ... agora não posso, respondeu Ele suavemente.
Entre chocado e desapontado eu bradei:
- Está bem ! Com quem posso falar então?!?
- Comigo, mas não agora que estou tão ocupado.
Eu, doente e febril, tive que me conformar e aguardar o momento 'certo'
para falar com Ele.
Sozinho, naquela cidade estranha, tudo que eu queria era o abraço de
minha mãe, naquele momento tão distante de mim.
A febre deve ter se elevado tanto, que adormeci. Tive sonhos confusos e agitados, onde eu me via sendo envolvido pelos braços amorosos de minha mãe.
Quando acordei, ensopado de suor, eu me sentia maravilhosamente bem. Tinha desaparecido a febre e toda aquela sensação de abandono.
Lembrei-me que havia chamado por Jesus, mas não sabia exatamente
se fora um delírio ou se Ele falara comigo realmente.
Arrisquei, sentindo-me patético, a chamá-Lo de novo:
- Senhor! Agora é possível só responder-me a uma pergunta?
Para minha surpresa, eu ouvi:
- Sim. O que você quer?
- Era só para saber se realmente falei com o Senhor. Agora não quero mais nada. Já estou bem. Quando O chamei, eu ia pedir-Lhe que me trouxesse minha mãe, mas o Senhor estava muito ocupado para atender ao meu chamado. Sonhei com ela e isso foi o bastante para curar-me.
- Sim, eu estava muito ocupado, atendendo alguém que tinha mais urgência do que você: Eu estava escutando sua Mãe que me pedia para levá-la até aí.


TENHAM UMA BOA NOITE!